O voto que indignou o mundo: uma polêmica criada pela imprensa e torcedores By: Rubens Borges 1 comment

LeBron James, como previsto, levou o prêmio de MVP da temporada. Sobre o prêmio, não vejo o que posso adicionar ao que escrevi aqui, por isso, não farei um post novo. Para a raiva de fãs e mídia, alguém teve a audácia de não votar para James e sim para Carmelo Anthony como MVP. E, hoje, ele se justificou.
Gary Washburn, do Boston Globe - e aqui me desculpo, a primeira suspeita (não vou nem entrar no mérito de usar "suspeita" para um voto de MVP) era de um jornalista do Miami Herald - teve uma justificativa bem simples: o prêmio é para o jogador mais valioso, não para o melhor da temporada. A mesma de Fred Hickman quando votou em Allen Iverson, tirando a unanimidade do MVP de Shaquille O'Neal.

O prêmio é para o jogador mais valioso, não o melhor jogador da temporada. Tirando James do Heat o time fica só com dois dos melhores jogadores de suas posições e da Liga, o líder em bolas de 3 pontos na história da NBA, um dos melhores defensores da Associação. Miami ainda brigaria pelo título.

Tire Anthony do Knicks e o time volta ao meio da primeira década dos anos 2000. Após anos de ostracismo, Anthony trouxe o Knicks de volta aos holofotes. Quase que sozinho, o ala colocou o time em segundo lugar na Conferência Leste e, até a impressionante sequência de vitórias, bem perto de tomar o primeiro lugar do Heat.

Sim, a nomenclatura do prêmio abre espaços para interpretações. E isso é bom para a NBA. Ora, estamos todos falando da votação! Se a Liga tivesse interesse em diminuir a polêmica o MVP seria BPOY, Best Player of the Year (Melhor Jogador do Ano), ou algo assim.

E, não é como se o prêmio de MVP nunca tenha ido para o jogador que parecia mais valioso para sua equipe. Em 1993, Charles Barkley foi escolhido MVP. No entanto, Michael Jordan, mais uma vez, foi o melhor jogador da temporada.

Mas a "Caça às Bruxas" feita pelo voto foi impressionante. Algo que nunca vi. Em 2000, quando descobriram quem votou para Iverson e não Shaq, a reação foi um "he, o Hickman discorda da gente, LOL", tirando o L.A. Times, mas o Times não conta. Hickman justificou seu voto e todos esqueceram e parabenizaram Shaq pelo MVP.

Talvez a reação de Shaq tenha muito a ver com a indignação menos duradoura e não tão agressiva. O'Neal agradeceu Hickman, sarcasticamente, e seguiu com seu dia. James atacou a cidade de Nova Iorque e membros da imprensa nova-iorquina. "Provavelmente foi um repórter de Nova Iorque". E, ironicamente, o repórter é de Boston.

Ainda assim, o que mais me impressionou foi a reação das pessoas. Os baluartes do "tem que respeitar a opinião dos outros", pessoas que resolveram ter problemas comigo porque "o HTG não respeita as opiniões dos outros", atacaram alguém que tem uma opinião diferente das deles. E não notaram a hipocrisia disso tudo.

Washburn, parabéns. Você manteve sua convicção e não se deixou levar pela possibilidade de discordar com a maioria. Para quem atacou Washburn por sua leia a coluna dele e reflita.