HIT THE GLASS

sábado, 7 de setembro de 2013

O Rei de New York

Desde o momento que pisou em uma quadra da NBA, Bernard King provou ser um pontuador nato. King levou cinco temporadas, três times, até encontrar sua casa, a Mecca do Basquetebol, o Madison Square Garden. Foi no New York Knicks que Bernard tornou-se uma força da natureza, dominando os melhores da NBA e postando números que o colocaram no Hall da Fama do Basquetebol.

King demorou para receber elogios da mídia e reconhecimento do Hall da Fama. Lesões, a máquina de marketing da NBA ter transformado os anos 80 em Bird vs Magic, seu estilo de jogo pouco espetacular, baseado em arremessos de meia distância e não em passes belos, chutes de três ou enterradas espetaculares.

Apesar de ser considerado um dos maiores pelos seus companheiros de profissão, King era ignorado pela mídia. Em 1983/84 King foi um sério candidato ao MVP, mas a Liga preferiu dar o prêmio à Larry Bird.

Mesmo assim, seus companheiros de profissão sabiam melhor. Fechem seus olhos, abram seus ouvidos e os deuses do basquetebol ainda ecoam frases dos melhores que já pisaram nas quadras.

"Bernard King foi o jogador mais difícil que marquei. De coração", Dr. J.

"Nunca temi nenhum jogador que joguei contra - Bird, Magic, Doctor, Michael - e respeito e amo todos esses caras. Bernard King foi o único jogador que me deu medo", Dominique Wilkins.

"Bernard King é o melhor ala na Liga", Larry Bird.

"Bernard era a verdade", Bob McAdoo.



Girando, chutando, pontuando. King premiou o San Antonio Spurs com 50 pontos em 20-23 FG em uma vitória de 117 a 113 do Knicks. Como King reagiu a sua incrível performance? 50 pontos em 20-28 FG em uma vitória sobre o Dallas Mavericks, 105 a 98.

Mas Bernard não era efetivo em pequenos períodos. King teve média de 30 pontos em 60% FG durante 40 partidas. Quando um período de efetividade deixa de ser considerado sorte? Quando King mostra que impossível é apenas um conceito perdido.



1984. Não, não falo da obra-prima de ficção científica de George Orwell. Isiah Thomas, no entanto, adoraria falar do livro, mais do que gostaria de lembrar de outra obra-prima, não de ficção científica mas tão inacreditável quanto. Thomas viu um homem fazer 213 pontos em cinco partidas, errando apenas 40% das vezes. $.

Sua Alteza Real, Bernard King. O Rei de New York fez 36 pontos no primeiro jogo da série contra do Detroit Pistons. O Knicks teve problemas no segundo jogo. King teve 46 pontos, 10 rebotes e quatro assistências no Jogo 3, mas não evitou a derrota do Knicks na quarta partida.

O Flu Game de Michael Jordan? King jogou a quinta e decisiva partida da série contra o Piston com com 39° de febre, ambos seus dedos médias deslocados, King sentia tanta dor que usavam um spray de gelo toda chance que tinhas nos dedos do ala. Dedos imobilizados, febre alta, King 38 pontos em 48% FG.

"Não me negarão a vitória. Não nos negarão a vitória. Venceremos a partida", teria dito King antes do jogo ter ido para o tempo extra.

No final, nenhuma foto de King dobrado na cintura, seguro por um companheiro de equipe. Apenas King, suor caindo de sua testa e a satisfação da vitoria.

Cedric Maxwell prometeu que King não teria 40 pontos contra o Boston Celtics, adversário do Knicks na próxima fase. Bernard teve duas partidas de mais de 40 pontos. Infelizmente, não foi o suficiente para dar a vitória ao Knicks. Mas King havia cimentado seu nome ao lado de lendas da NBA.

Bernard era além de Kobe Bryant. Voltem a série de Detroit. Querem colocar a performance de King em perspectiva? Lembrem de Kobe Bryant. Nove partidas, 40+ pontos. Toda noite. Considerada uma das performances mais dominantes desde MJ.

Por isso Bernard é um ícone cultural entre os estudiosos do basquetebol, ele fez o que Kobe fez, só que melhor e nos playoffs. Média de um ponto por jogo a menos (43 de Bernard contra os 44 de Bryant), enquanto convertia 60% dos arremessos, Bryant 49%. King tentou cinco arremessos por partida a menos, 27 a 32. Somente uma vez Bernard arremessou mais de 35, Kobe teve cinco partidas com mais de 30 tentativas, 41 em uma. Bernard fez tudo isso sem usar a linha de 3 pontos. Ela estava lá, mas Bernard não precisava dela.

Aí, quando essa série terminou, ele teve média de 30 pontos por jogo contra o Celtics, com duas partidas acima dos 40 pontos. Sem mencionar seu aproveitamento, tirado direto do mundo de 8 bits. Você ficava surpreso quando King errava.


SNAP! Um gênio interrompido em seu trabalho. Todo fã do basquetebol antecipava a batalha de Maior de Todos os Tempos contra o Rei de New York. Mas ela não aconteceria. Bernard fez 12 pontos nos primeiros 6min do jogo contra o Kansas City Kings. Então o mundo parou. Bernard caiu embaixo da cesta.

Entendam, ninguém retornava de uma ruptura no ligamento cruzado anterior naquela época. O corpo falhava, a medicina não ajudava. Depressão, decadência seguiam a lesão. King foi visto como mais uma vítima. Eles conheciam o seu tipo.

King, mais uma vez, passou por cima dos adversários. Dessa vez, o ala derrotou a lesão que matava carreiras. E o fez da melhor maneira possível.

No Washington Bullets, King retornou ao Madison Saquare Garden. Jogando contra sua equipe de coração Bernard deu um presente para a torcida do Knicks, que ainda não havia perdoado a diretoria por ter trocado seu maior ídolo.

49 pontos, 23 deles no quarto final. E a torcida do Knicks aplaudindo de pé o filho pródigo.

Uma seleção para o All-Star Game no mesmo 1991 que o viu fazer 49 pontos no Knicks.

Anos se passaram e, finalmente, Bernard chega ao Hall da Fama. Logo após o Hall da Fama, Bernard deve ver sua camisa de número 30 ser imortalizada nas paredes de sua casa, o Madison Square Garden.
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