HIT THE GLASS

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Role players, as verdadeiras estrelas na hora de serem treinadores

O Twitter tem uma coisa muito boa. Muitas vezes, perdido, sem ter sobre o que falar, um assunto surge no horizonte. Recentemente, em uma conversa com o @Lakres - que começou, acreditem, com Luke Walton - comentei que role players (aqueles jogadores que não são as estrelas do time mas cumprem um papel importante) têm mais facilidades para treinar. E prometi escrever sobre os motivos logo. Bom, aqui estamos.


Fazendo uma pesquisa no Basketball Reference notei como a NBA teve poucos treinadores que poderiam ter sido considerados estrelas quando jogavam. Elgin Baylor, Larry Bird, Magic Johnson, Jason Kidd, Kevin McHale, George Mikan, Bob Pettit, Willis Reed, Bill Russell, Reggie Theus, Isiah Thomas, Wes Unseld e Jerry West foram os pesquisados.

Juntos eles tem um recorde de 1535 vitórias e 1621 derrotas, um aproveitamento de, apenas, 48,6%. Os 13, juntos, têm dois títulos da NBA (Russell) e um prêmio de Treinador do Ano (Bird). Russell também foi o que mais teve chances como treinador, sentando no comando do banco em oito temporadas diferentes. Pettit ficou pouco tempo no comando do Saint Louis Hawks, apenas seis jogos.

Claro que as estrelas são um número pequeno e isso pode se tornar um teatro de poucos exemplos para provar algo. Por isso, os números morrem no parágrafo acima. Tirando raros exemplos, estrelas não conseguem ter sucesso na hora de passar de atletas para treinadores. Parece que algo se perde na tradução.

E esse é o maior problema.
Role players passam o tempo inteiro estudando o jogo. Para conseguirem espaço em um time, espaço de verdade, para que sejam importantes como Derek Fisher foi nos títulos do Los Angeles Lakers, os role players precisam saber todos os movimentos do time, não podem ter dúvidas. E, para mais chances, roles players devem aprender o máximo de jogadas dos adversários, estudando vídeos.

Quando Phil Jackson e Pat Riley tentaram cavar um lugar no New York Knicks e Lakers, respectivamente, tiveram que saber cada movimento do time, como e quando pontuar, defender, apertar o tempo do jogo, diminuir o ritmo.

E isso, Michael Jordan, Magic Johnson, entre outros, não precisaram fazer. Não que não estudassem o jogo, muito pelo contrário. Só que eles não precisavam ter o conhecimento minucioso que um jogador com menos talento precisava.

Além disso, os craques têm outra visão do jogo. As coisas são mais lentas, mais óbvias, mais fáceis para eles. São raros os atletas que entendem o que eles enxergam. Um role player vive o que a maioria da NBA vive. Mais fácil transmitir para uma equipe de role players qual o plano quando você viu o esporte como eles. Nada de  "super-visão".

Os craques que aprendem a passar o plano de jogo de maneira mais simples, que sabem que os outros não são o que eles foram, têm sucesso quando viram treinadores. Mas, na maior parte do tempo, são os role players que conseguem isso.
Share This

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Designed By Blogger Templates | Distributed By Gooyaabi Templates