HIT THE GLASS

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Sobre o contrato de Omer Asik


O Houston Rockets ofereceu um contrato de 3 anos e US$ 25,1 milhões ao pivô Omer Asik, que foi uma sensação defensiva do Chicago Bulls durante a última temporada. Minha primeira reação, como a da maioria do Twitter, foi ridicularizar o contrato.





Muito de quem criticou, o fez pela velha reação “um nome desconhecido? Bleh! Contrato horrível!”. Mas ao ver os números de Asik, a coisa muda de tom.


Asik está no percentil 96 em pontos permitidos por posse de bola. Ele está no percentil 84 na defesa do pick and roll e 77 na defesa do pivô.


As médias por partida dele não impressionam muito. Mas, se usarmos as médias por 36 minutos jogados, consegue se ver melhor o valor do contrato. Asik tem 7,6 pontos, 13 rebotes, 4,7 rebotes ofensivos, 2,5 tocos e arremessou 50,6% em cada 36 minutos em quadra.


Sem Asik em quadra, o Bulls permitiu 97,6 pontos a cada 100 posses de bola do adversário. Um belo número. Com Asik, o time permitiu 89,7 pontos por 100 posses. Uma diferença de oito pontos a menos.


No ataque é onde Asik não contribui. Tirando os 4,7 rebotes ofensivos por 36 minutos, ele é foi um empecilho ao ataque do Bulls. Chicago fez 106,9 pontos por 100 posses com Asik no banco, na última temporada. Este número seria bom o suficiente para ser o 3º melhor ataque da Liga. Já com Asik em quadra, Chicago fez, apenas, 98,8 pontos por 100 posses. Seria o 24ª melhor ataque da NBA. 


Asik também ainda não se ajuda perto do aro. Ele converteu 52% dos arremessos no aro, 12,1% pior do que a média dos pivôs da NBA.


Realmente, Asik é um jogador defensivo. Por enquanto, em sua carreira, ele não representa perigo no ataque. Mas, com a escassez de pivôs na NBA, e a maneira como Asik protege o aro – ainda mais se levarmos em conta que ele tem que ajudar Carlos Boozer na defesa, um grande buraco – o contrato ganha mais sentido.


Sentido que aumenta ainda mais quando se descobre que o contrato é “back loaded”, ou seja, Asik receberá a maior parte do salário no último ano. Recebe US$ 5 milhões no primeiro ano e US$ 5 milhões no segundo, nada absurdo para ele, e no último, recebe o restante.


Agora, lembrem que este último ano de contrato pode ser usado como isca para trocas com equipes que queiram se livrar de salários e pegar um jogador que está no “ano de contrato” - como os americanos chamam o último ano de um contrato.


É o melhor contrato possível para a franquia? Talvez não. Mas, com o buraco deixado por Yao Ming, e a possibilidade de usar o último ano de contrato, quando vai receber a maior parte do salário, como isca de troca, também não é uma oferta a ser ridicularizada.
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