HIT THE GLASS

sábado, 16 de agosto de 2014

Lakerlândia: os altos e baixos do Los Angeles Lakers

Na última temporada o Los Angeles Lakers venceu 27 partidas. A estrela do time, Kobe Bryant, jogou apenas seis partidas, Steve Nash seguiu com o declínio de sua carreira e Nick Young foi Nick Young. Muito da culpa foi jogada no colo de Mike D'Antoni. Mas será que o retorno de Bryant e a saída de MDA são os passos certos para o time californiano?


Kobe Bryant

Antes de mais nada, vamos estabelecer algumas coisas: Não é mais 2006, Kobe perdeu quase uma temporada inteira, ele está um ano mais velho, sua defesa foi um dos maiores problemas do Lakers em 2012-13.

Eu sei que torcedores do Lakers e fãs de Kobe não gostam de ouvir nada ruim sobre o ala-armador, mas essa é a realidade. E rejeitá-la é um dos grandes problemas do time.

A presença de Bryant evitou que o Lakers conseguisse alguém como LeBron James ou Carmelo Anthony no mercado de free agents. Não só seu alto salário, mas só estando no time, faz com que jogadores fujam do Lakers. Infelizmente, para a torcida, Kobe não é um cara que causa paixões em seus companheiros de equipe. Ainda querer ser O CARA do time e sua atitude faz com que o time tenha dificuldades em contratar um free agent desejado.

O resultado? Carlos Boozer.

A incompetência de Jim Buss até aqui não é boa para o final da carreira de Bryant. Seu alto salário amarra as mãos do Lakers e não corresponde à produção do atleta. A briga entre apaziguar o final da carreira de Bryant, tentando manter o time na briga pelo título e a hora de reconstruir o time atrasa o retorno do Lakers aos favoritos.

Aí que o ego de Bryant é um problema imenso para o Lakers. Kobe provavelmente acredita que merecerá o salário em quadra. Sua atitude mostra que ele ainda acha que pode liderar um time ao título. Mas seu alto contracheque deixou o Lakers com as mãos atadas esse ano. Sua atitude não deve ajudar no próximo.

Kobe diz estar bem agora, mas o que acontecerá quando ele sentir o peso de uma temporada puxada?

O Lakers deve se reerguer rapidamente, afinal sua história indica isso, mas não enquanto Kobe e seu salário puxarem a equipe para as profundezas do Oceano Pacífico.

Eu estava dizendo Boooooo-zer

O Lakers conseguiu contratar Carlos Boozer por um preço módico. Olhando apenas para os números, as críticas ao ala-pivô parecem exageradas. Mas não é bem assim.

Cada vez mais, Boozer foge do garrafão, transformando-se em um arremessador de meia distância. Sua presença na defesa é negativa para a equipe. A falta de vontade irrita a torcida e, tenho certeza que os companheiros de equipe não gostam de ver Boozer se esforçando apenas na hora de pegar rebotes fáceis.

Boozer tira minutos de Julius Randle, o promissor novato. Os torcedores do Lakers, que esperavam tanto ver o desenvolvimento de Randle, devem ter feito cara feia quando escutaram que Boozer pretende ser titular.

Kobe, Nash, Randle e seu pé, Young, o potencial para lesões (bate na madeira) é grande nesse time do Lakers. O elenco pode acabar necessitando mais de Boozer do que acreditava ser possível.

Caso você esteja em dúvida, isso não é bom.

Defesa de perímetro

O principal argumento da torcida angelina é o treinador Byron Scott. Segundo os torcedores do Lakers, com Scott de treinador, conhecido por gostar de defesa, o time deve ser bom defensivamente.

Nem se Jesus Cristo resolvesse retornar e treinar o Lakers o time seria bom na defesa.

Kobe, Lin, Swaggy P, Wesley Johnson no perímetro. Boozer, Robert Sacre defendendo o garrafão e o aro.

Eu poderia encher vocês de números, mas é desnecessário.

Byron Scott

Scott era a opção preferida de Kobe. Scott é conhecido por sua defesa. Esses dois motivos são suficientes para colocar em dúvida a possibilidade do treinador ter sucesso em L.A.

Curiosamente, o time atual do Lakers teria chances de jogar bem no "sete segundos ou menos" de MDA. Ao contrário de D'Antoni, Scott tem um ataque cheio de pick and rolls, um dos maiores problemas de Boozer, que não tem tido sucesso na jogada.

O armador do time, Lin, também não gosta muito de distribuir a bola, ou jogar longe dela, quase 53% de suas cestas em 2013-14 não foram assistidas. Kobe não está muito longe. Menos de um terço das cestas de Bryant vieram de assistências.

Mas existe uma luz no fim do túnel

Como afirmei, o Lakers não fica por baixo por muito tempo. Kobe não deve ficar por muito tempo, Randle é uma boa promessa para o futuro, caso a escolha do time no draft de 2015 fique entre as 5 primeiras posições o time mantém o direito de escolher (após a 5ª escolha, o Phoenix Suns é o dono da pick).

Mesmo com as trapalhadas de Buss, o segundo maior mercado dos EUA, sem o rigoroso inverno de New York, o maior mercado, segue sendo uma cidade atraente para free agents.

Aproveitem os dias ruins do Lakers, eles não devem durar.
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